domingo, 19 de octubre de 2014

Como as nossas mães e os nossos pais... Mas é preciso força!

Ontem duas músicas me acompanharam durante o dia todo:  "Como os nossos pais" e "Maria Maria" ambas na voz de Elis Regina. 
A primeira faz menção aos tempos que as flores cantadas numa música não necessariamente eram flores, mas uma substituição de palavras para burlar a censura da ditadura militar. A segunda me faz lembrar e afirmar a força que temos, nós mulheres da classe trabalhadora, para virar o jogo. 

Ainda sinto cheiro da nova estação!




Com elas, lembrei-me de como a história se repete, mesmo em proporções diferentes e com peculiaridades. Hoje como quando era com as nossas mães e com os nossos pais, a história se repete como farsa, parafraseando Marx " A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa". 

A constatação de que acontecimentos da história  tendem a si repetir, nesse caso me refiro a conjuntura político-eleitoral com os apoios da mídia burguesa ao candidato de sua classe, Aécio Neves, bem como com as agressões sofridas por quem quer se expressar sem ter sua voz coagida pela polícia, denota como nós mulheres precisamos continuar sendo fortes porque somos parte importante da luta pela superação do sistema capitalista patriarcal. 

A luta de classes, tema trabalhado por Marx, por exemplo, em " O 18 brumário de Louis Bonaparte", salta aos olhos vistos.  Os adesivos nas portas das casas, nos automóveis e nas roupas expressam não apenas uma posição eleitoral, mas a posição e aspirações de classe de cada um/a.  Logo adesivos da candidatura de Aécio Neves apregoadas em celulares e casas de policiais ou  adesivos de Dilma em carros de catadores de papelão não representam mera posição eleitoral. Representam, em aparência, as decisões, posições e aspirações de classe da população brasileira.  Há mediações a serem feitas nessa afirmação, entretanto,  mas de forma geral pode-se compreender desta forma. 

Até as mobilizações nas universidades públicas estão sendo coagidas em nome de um Estado de Direito, que sabemos tem uma posição de classe, como aconteceu na semana passada na UFPB.  ( vide nota das entidades representativas dos professores,  técnicos administrativos e estudantes no endereço eletrônico  http://www.adufpb.org.br/site/nota-oficial-em-defesa-dos-direitos-a-liberdade-de-expressao-da-autonomia-universitaria-e-contra-a-repressao-na-ufpb/)

Outra constatação em relação a conformação das forças políticas no congresso brasileiro após o 1º turno das e eleições ( vide texto "Mais fisiológico, mais conservador"  disponpivel em http://www.asmetro.org.br/portal/gestao/21-clipping/4621-revista-carta-capital-mais-fisiologico-mais-conservador-a-estacao-uruguai),  pede um processo de reflexão-ação  das organizações da classe trabalhadora quanto à sua atuação. 

Nesse quesito, estamos (a esquerda) com sérios problemas a serem analisados e trabalhados em busca da construção de uma correlação de forças que nos dê condições de virar o jogo.

De algumas reflexões que venho fazendo, e da análise de outras leituras, penso que desafios importantes já discutidos em outros espaços estão mais que atuais. 
> Ou a esquerda partidária, sindical e dos movimentos sociais fazem uma autocrítica franca de sua forma de intervenção, voltando-se para as bases ou o cenário vai piorar consideravelmente.  É preciso conquistar companheiras na universidade, mas sair dela e colocar os pés nos chão das comunidades, trabalhando numa perspectiva de educação popular feminista. Aqui me refiro ao movimento feminista.
> Restringir-se aos espaços institucionais, enquanto espaço da política é ao meu ver seguir dando tiros nos pés de quem já está cambaleante... É preciso atuar nele, mas a prioridade precisa ser a elevação da consciência das pessoas para se organizarem nas ruas;
>Enquanto se continuar olhando pros umbigos de cada organização e não se colocar os pés no solo das comunidades  desse país como hoje as igrejas pentecostais , principalmente, vem fazendo diuturnamente será difícil revertermos esse quadro.  
Tem-se visto nas comunidades o crescimento frenético de igrejas evangélicas.  Além de todo trabalho de pregação nas ruas em cultos em calçadas. Essa perspectiva de religião surge juntamente com a revolução industrial baseado na filosofia da acumulação capitalista, logo é uma "saída" fácil para aliviar os pesos do cotidiano da classe trabalhadora, mas em contrapartida aprisiona a consciência desta aos valores conservadores capitalistas.  Funcionam, portanto, então enquanto partido da burguesia, assim como faz a mídia burguesa. 
>Construir instrumentos feministas de comunicação alternativa: Rádios comunitárias feministas ou se incorporar com rádios comunitárias  já existentes com participações; investir em folhetins com linguagem acessível. Para as mulheres mais instruídas investir nos blogs como alternativa para furar a grande mídia.  E seguir utilizando o facebook, mas atentar com cautela para exposições desnecessárias. 
A nossa luta é longa, precisamos estar fortes, seguras e unidas para somar as forças das mulheres da classe trabalhadora.
"Não há de ser inutilmente" 

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