miércoles, 23 de diciembre de 2009

Carta do I Encontro das (de) Mulheres do Campo e da Cidade da Paraíba

Nós mulheres da Paraiba, agricultoras familiares, camponesas, assentadas, trabalhadoras rurais, sindicalistas, trabalhadoras domésticas, donas de casa, estudantes, educadoras reunidas nos dias 27, 28, 29 e 30 de novembro, em João Pessoa, no I Encontro Estadual das Mulheres do Campo e da Cidade, reafirmamos a luta por justiça, em defesa da igualdade e pelo fim da violência contra as mulheres!

Entendemos que a forma como a sociedade está organizada coloca a mulher numa situação de violência, opressão e exclusão social, negando seus direitos. Somos as principais vítimas do desemprego, do trabalho precário, dos menores salários e da falta de políticas públicas.

Nossa vida e nosso corpo são tratados pela sociedade capitalista como mercadoria. Continuamos sendo as únicas responsáveis pela casa, pela família e pelo cuidado e educação dos filhos, além de estarmos distantes dos espaços de poder e de decisão.

Denunciamos o patriarcado e todas as formas de violência contra as mulheres. Somos constantemente alvos da violência: moral, psicológica, patrimonial, sexual e física. Denunciamos o não cumprimento da Lei Maria da Penha, que coíbe a violência, pune os agressores e traz segurança para as mulheres. Todos os dias, milhares de mulheres continuam sendo vítimas de violência no Brasil e no mundo. Na Paraíba, este ano, já foram assassinadas 42 mulheres, com 26 sofreram tentativas de homicídio xx estupros

Denunciamos o agronegócio que concentra terras, contamina os nossos recursos naturais, viola o direito das agricultoras camponesas em conservar a biodiversidade e nos tira o direito de produzir alimentos saudáveis.

Lutamos por uma Paraíba com a participação igualitária entre homens e mulheres, por justiça e autonomia das mulheres. Pelo direito de acesso à terra, à água, moradia digna, por soberania alimentar e pelo combate à violência contra a mulher em todas as suas formas.

Exigimos que o poder público em todas as suas instâncias cumpra seu papel de proteção às vítimas da violência, respeitando as mulheres violentadas e garantindo a segurança para seus filhos e filhas. Exigimos também políticas públicas que valorizem o trabalho da mulher camponesa e da cidade.

Precisamos construir uma nova sociedade, pautada num projeto popular, onde a valorização do trabalho seja sinônimo de emancipação e as mulheres tenham autonomia sobre seus corpos e suas vidas.

Vamos continuar nos organizando e lutando até que todas as mulheres sejam livres da opressão, e da violência.

Mulheres do Campo e da Cidade construindo uma nova Sociedade!!!

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