sábado, 3 de octubre de 2009

O tal sarau...

Queimei feio minha língua! Bem que já tivera sido alertada antes... mas o espírito do “só acredito vendo” prevaleceu.

Em mais uma dessas viagens pelo Brasil a fora, conheci uma São Paulo que não conhecia... no meio de outra que não possuía dúvidas de existir

Bem que me esforcei em encontrar beleza nas luzinhas da varanda do prédio do centro do Bexiga, mas só mirava a lua como a imagem realmente mais bela vista daquela janela. É. Continuo preferindo a natureza...

No caminho, embaixo de cada viaduto de cinco a mais pessoas... Pedintes... deitadas no chão ou em colchões cobertas pelo vento da noite escura...

O escuro da noite que para mim não significa perigo, depois do alerta do companheiro se transformou em receio.

Mas a despeito da falta de beleza da cidade, encontrei uma beleza clandestina... nem tão clandestina assim.. mas diante da periculosidade da cidade aquilo me pareceu escondido... um segredo que somente alguns tinham ( ou aparentavam ter) a oportunidade de vivenciar.

Entre sorrisos... ao som de uma música muito agradável...feita por várias pessoas e vários instrumentos e regado por textos..poesias, crônicas , cerveja e caldo de mandioca ( a macaxeira nordestina) encontrei uma São Paulo que não conhecia...

A lembrança de uma viagem anterior (metrô cheio, falta de ar, pessoas mal humoradas, chuva, um homem dormindo ao relento e sob a chuva, a correria infernal de uma vida que não quero ter...) foi sorrateiramente infiltrada pelos sorrisos das pessoas nos corredores, nas filas do banheiro, no palco, ao lado... não bastasse sentir o acolher das pessoas, a poesia e as crônicas ( algumas das coisas que mais tenho apreciado na vida) incensaram o espaço do teatro no centro da cidade.

Pela primeira vez em noites distantes da Paraíba desprendi algumas amarras e lancei minha poesia aos ouvidos das pessoas... É verdade que pela memória frágil esqueci alguns versos... Mas valeu a disposição! (Poesia completa: http://descasulando.blogspot.com/2009/06/mulher-vida.html).

É... não dá pra duvidar da capacidade de as pessoas driblarem o concreto armado, a dureza da vida... com singelas coisas... Não dá também para construir conceitos pelo aparente... é preciso sempre buscar a essência e a leveza da vida.


O tal Sarau: http://www.otalsarau.com.br/index.htm


Ângela Pereira.

Em 03 de outubro de 2009, lembrando a noite do 26 de setembro.

3 comentarios:

  1. Parabéns pelo texto, sabe amiga faço parte de um grupo de poesia aqui, o po-de-poesia.blogspot.com, e a primeira vez que declamei em público com o grupo também fiquei muito nervoso, mas com o tempo superamos nossas dificuldades e as pessoas se acostumam com nosso jeito.Felicidades.

    ResponderBorrar
  2. Parabéns pelo Blog, Ângela!

    Ele é ótimo!

    Se puder, acesse o nosso Blog, que está muito, muito legal!

    Um forte abraço e que Deus te abençoe, Ângela!

    Clemente.

    Cia. De Teatro Atemporal.

    Rio de Janeiro - Brasil.

    ResponderBorrar
  3. Poxa, Ângela! Que legal... O Tal Sarau agradece e ficamos contentes em saber que conseguimos tocar de forma singela a alma de algumas pessoas! No nosso site tem um texto que descreve as motivações que nos levaram a criar esse evento e, lendo seu texto, ficamos felizes e com forças para continuar... obrigado pelo apoio, pela sua poesia, pela sua presença,...

    Mais uma amiga!

    Abraço!

    ResponderBorrar