Depois de tanto tempo cheios de conflitos diversos do meu momento, finalmente defendi a minha dissertação de mestrado.
Defino esse momento como um divisor de águas em minha vida, fazendo parte de um processo de renascimento daquilo que sou em essência- uma lutadora da classe trabalhadora, porque não me entrego e dá luta não me retiro!
( Banca: Maria Augusta Tavares (Guga)- examinadora, Cláudia Gomes- orientadora e Patrícia Barreto - examinadora)
DEDICATÓRIA
Dedico esse estudo àquelas lutadoras e àqueles lutadores que
cotidianamente tentam amenizar o adoecimento e o sofrimento da força de
trabalho que move a engrenagem do mundo capitalista e que, não sem dor, também
a movimentam, resistindo bravamente.
AGRADECIMENTOS
Gratidão:
Às/aos
trabalhadoras/es das Unidades de Saúde da Família Integradas Nova Esperança e
Nova União, representando as/os demais trabalhadoras/es
da Estratégia de Saúde da Família em João Pessoa, com as/os quais apreendi, na
realidade concreta, os dissabores e as alegrias da prática assistencial repleta
de contradições e esperanças.
Às/aos
trabalhadoras/es e às/aos usuárias/os da
Coordenadoria de Atendimento a Pessoa com Deficiência Física (CODAFI) na
Fundação Centro Integrado de Apoio ao
Portador de Deficiência (FUNAD) por manterem viva minha consciência de classe
no tempo de afastamento da militância política.
À
minha fortaleza, minha valiosa família, com os quais aprendi os
valores mais sublimes da minha origem de classe_ a solidariedade, a
honestidade, a generosidade, a integridade e a humildade:
A
minha amada mãe, Cláudia, que, incondicionalmente, dedicou dias e
noites, por horas a fio, aos cuidados e ao trabalho doméstico, em detrimento de
sua independência financeira para criar três filhas com muito amor e abnegação.
De você, inspira-me a energia vital, a alegria e a resiliência. Nakupenda!
A
meu amado pai, Edinaldo, que suportou as agruras do mundo do
trabalho, afirmando sua resistência à exploração e a opressão, na medida em que
corajosamente enfrentava as gerências das Usinas de cana-de-açúcar onde
trabalhou, para sustentar três filhas e a companheira com muito amor e
dignidade. De você, inspira-me a determinação, a coragem e a persistência
porque “a vida precisa seguir”! Eu te
amo!
A
minha amada irmã, Anamércia, de cuja companhia e carinho
compartilho desde os meus primeiros dias de vida. De você, inspira-me a
sutileza, a meiguice e a persistência. ¡Viva
a la vida!
A
minha amada irmã, Aldineide, minha relação de “amor em guerra e em paz” em busca de
sua identidade. De você, inspira-me a
sagacidade, o senso de humor e a criatividade. Viva a gaiatice!
A
minha amiga-companheira-irmã de “exílio em mim mesma” e de militância feminista,
popular e socialista, Tita, pela cumplicidade, pelo apoio, pelas
descobertas intelectuais e existenciais compartilhadas desde a seleção do
mestrado. Força e coragem!
A
minha amiga- companheira–irmã, Isabelle, exemplo de desprendimento
material, de energia vital e muita leveza, pelo elo mantido apesar das
distâncias temporais. ¡
Fuerza!
Às minhas outras inspirações
sobre “ser mulher”, minhas companheiras
da Marcha Mundial das Mulheres, Veinha, Patrícia, Heloísa, Ana Laura e Socorro.
Seguiremos em Marcha até que todas
sejamos livres!
Ao
camarada Assuero Lima, que despretensiosamente trouxe companheirismo,
afeto, apoio, alegria e leveza aos intensos dias de solitude. Deixa o sol entrar!
Às/aos companheiras/os da
Consulta Popular, o sujeito coletivo que afirmou em mim desejos da Revolução
Brasileira de caráter internacionalista, socialista e feminista.
A
Professora Vera Amaral (Verinha) In Memoriam, companheira de militância no Fórum Paraibano em Defesa
do SUS e contra as Privatizações que me incentivou a discutir o tema antes por
ela tão bem estudado em sua tese de doutorado. A luta continua!
As/aos
colegas de turma no mestrado que, em sua diversidade
ideológica, ensinaram-me a buscar compreender aspectos do mundo e das suas
contradições a partir de algumas elaborações do Serviço Social.
À
companheira de apoio matricial nas USF Nova União, Mércia, pelos
abraços nas horas de desestabilização e de tranquilidade, pela cumplicidade e
pelo respeito no trato com as/os trabalhadoras/es mesmo na condição temporária
de gestão.
Às
companheiras Luciana Cantalice, Nívia Pereira, Isabel Dantas e ao companheiro Marcelo Sitcovsky que
colaboraram com os nossos encontros preparatórios para a seleção do Mestrado. E
aos docentes da pós-graduação.
À
companheira Cláudia Gomes, minha orientadora, que acreditou na
concretização desse trabalho, apesar dos caminhos tortuosos, estimulando-me e exigindo-me
o rigor na difícil tarefa de me tornar pesquisadora desde os estudos da
Economia Política da Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) e Universidade
Federal do Espírito Santo (UFES).
Às
professoras Maria Augusta Tavares, inspiração como
pesquisadora disposta a desvelar às contradições entre o capital e o trabalho
para alimentar às resistências e as lutas das/os trabalhadoras/es e Patrícia Barreto Cavalcanti, companheira
de trincheiras teóricas no campo da saúde, por aceitarem compor minha banca.
Gratidão, antecipada, pelas contribuições sobre o fazer do pesquisador.
À
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
pelo repasse de financiamento em forma de bolsa, via fundo público, advindo das
contribuições da sociedade brasileira para a elaboração de conhecimento com
relevância social.
O
capital não tem a menor consideração pela duração da vida ou da saúde do
trabalhador, a não ser quando a sociedade o força a respeitá-la.
Karl
Marx
A dor
é inevitável, mas o sofrimento é opcional.
Carlos
Drummond de Andrade.
PEREIRA,
A.M. DESCONFIANDO DO TRIVIAL E DA
APARÊNCIA SINGELA: tendências da flexiblização e da precarização do
trabalho na Estratégia de Saúde da Família em João Pessoa. João Pessoa,
2014. Dissertação (Mestrado em Serviço Social), 171 fl. UFPB/PPGSS/CCHLA.
RESUMO
O
estudo tem como objetivo analisar as condições e as relações de trabalho na Estratégia
de Saúde da Família (ESF) em João Pessoa, considerando os rebatimentos das
mudanças no mundo do trabalho, decorrentes do processo de reestruturação
produtiva e da contrarreforma neoliberal do estado brasileiro, bem como as
repercussões destas sobre as políticas sociais e a vida dos trabalhadores. Para
isso, buscará identificar e compreender elementos das racionalidades produtivas e
político-econômicas estabelecidas por esses fenômenos numa conjuntura de crise
capitalista sobre o setor de saúde pública, e, em especial, na Estratégia de
Saúde da Família. O objeto de estudo que se apresenta são as expressões da flexibilização e da precarização do trabalho na ESF em João Pessoa (PB). A delimitação
do objeto sucede do acúmulo obtido em pesquisa realizada como trabalho de
conclusão de curso de Especialização em Economia e Desenvolvimento Agrário da Universidade
Federal do Espirito Santo (UFES) e da Escola Nacional Florestan Fernandes
(ENFF). O interesse em pesquisá-lo surgiu, primariamente, da nossa experiência
enquanto prestadora de serviço no Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF), a
partir da qual se pressupôs a existência de flexibilização e precarização do
trabalho na ESF nesse município. A pesquisa se caracteriza por um estudo
exploratório de caráter bibliográfico e documental e de abordagem
quali-quantitativa, que se dará a partir da análise de dados secundários,
extraídos de estudos empíricos sobre a temática, bem como de documentos da
gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) neste município e dados de sites
oficiais. A perspectiva crítica perpassa o desenvolvimento da pesquisa por se entender
que tal possibilita a análise da totalidade da problemática em sua realidade
concreta. O estudo apontou elementos que justificam as tendências de
flexibilização e precarização do trabalho neste setor, colocando o desafio
àqueles que materializam o trabalho, a entenderem, aprofundarem o estudo,
organizarem-se e agirem sobre a realidade de modo a modificá-la.
Palavras-chave: Flexibilização, precarização do Trabalho, Estratégia de
Saúde da Família.