Não tem sabor
Nem cor
Nem cheiro
O que me consome não tem forma
Não tem movimento
Não é grande nem pequeno
Nem alto nem baixo
O que me consome não tem forças
Mas suga
Espedaça
Aperta
E joga no lixo resquícios de...
É tão sem graça...
Tão vazio...
Que tenho até vergonha de lhe dar cabimento.
Mais tarde o prenderei no buraco negro.
E durante o dia o deixarei ir embora
Na esperança de um consentimento.
Ângela Pereira.
05 de janeiro de 2010.
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