miércoles, 5 de noviembre de 2014

Palavras não são só palavras.

É bom cuidar com a forma quando fores expeli-las. Às vezes podem ser quentes, rápidas e rebuscadas e, assim, achares que elas são fortes e representarem um poder que achas que tens. Às vezes, elas saem baixas, quase inaudíveis e minguadas, mas tem muito mais força. 

A força é latente: de quem escuta, analisa algumas vezes, observa não apenas as palavras e os sentidos conectados a elas, mas observa também ou principalmente o corpo e a sua dramaticidade.
Ao iniciar minha militância política, caladinha, ficava olhando a retórica das palavras que saltitavam das bocas de militantes convictos da necessidade de projeção. Naquele tempo eu carrega caixas, mas eu sabia das palavras que circulavam na minha mente.
Com mais algum tempo, eu caminhava com a imagem daqueles militantes como referências do que eu gostaria de fazer e do que não gostaria de fazer.
Depois, não necessariamente nessa ordem, fui percebendo que essa forma de expelir palavras faz parte do mundo dos que não apenas comem, mas também conseguem refletir sobre a vida sejam eles militantes ou não.
Nesse caminho, aprendi que também é importante expelir palavras, desde que elas não sirvam apenas como palavras bonitas, mas que gerem ações concretas e coerentes com aqueles que de fato tem a força.
Aprendi, então, que palavras bonitas alvoroçam ouvidos, iluminam olhos ingênuos e aumentam o ego de quem acha que tem poder, mas o que de verdade faz a luta seguir são as dores, os sofrimentos, a fome, a força dos de baixo e a falta de palavras bonitas daqueles que acham que não tem poder, mas que sabem carregar caixas e falam, mesmo com o um português " maldizido".
E o melhor falam com muito conhecimento de causa.

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