domingo, 16 de junio de 2013

As mulheres iranianas, Marjane Satrapi e Persépolis

Cada dia mais eu me orgulho de ter nascido mulher.  Entrar em contato com histórias de mulheres que não se permitem a condição de submissas, não sem dor, traz-me tanta força.

É desse jeito que me senti hoje ao assistir o filme da roteirista, ilustradora e autora de livros infantis iraniana Marjane Satrapi. Que história de vida! 


"Marjane Satrapi, nome artístico de Marjane Ebihamis, nasceu em Rasht e cresceu em Teerã, vinda de uma família distinta de uma camada ocidentalizada da sociedade Iraniana. É filha de pais politicamente ativos, contrários a monarquia do Xá, pela crescente repressão das liberdades civis e as consequências da política iraniana na vida cotidiana. Entretanto, com a Revolução Iraniana, e o regime inicial do governo de Ruhollah Khomeini, os pais de Marjane se sentiram intimidados pelos fundamentalistas muçulmanos que estavam no poder.
Os pais de Marjane receavam que a jovem, uma adolescente de 14 anos com muita força de vontade e pouca disciplina, entrasse em conflito com as novas, e rigorosas, regras públicas para mulheres. Eles conseguiram que ela fosse estudar fora do país e em 1983 ela chegou em Viena, Áustria, para frequentar o Liceu Francês de Viena. De acordo com sua autobiografia em forma de novela gráfica, Persépolis, ela ficou em Viena ao longo do Ensino Médio, morando na casa de amigos,  em pensionatos e repúblicas estudantis, apesar de ter ficado dois meses desabrigada. Depois de uma crise quase mortal de pneumonia, em decorrência das graves condições de vida, ela acabou retornando para o Irã.

A família Satrapi é de ascendência iraniana (ou azerbaijana) e são descendentes de Nasser al-Din Shah, Rei e Xá da Pérsia, de 1848 até 1896. Sobre isso Satrapi declarou:

"Mas você tem que saber que os reis da dinastia Qajar tiveram centenas de esposas. Fizeram milhares de crianças. Se você multiplicar essas crianças pelas gerações seguintes, pode-se dizer que existem de 10 a 15 000 príncipes [e princesas]. Não há nada de muito especial nisso."
— Marjane Satrapi

Em seguida, ela estudou Comunicação Visual, e posteriormente obteve o mestrado em Comunicação Visual pela Faculdade de Belas artes em Teerã, Universidade Islâmica Azad. Nesta época ela foi a diversas festas ilegais na casa de amigos, onde conheceu Reza, um veterano da guerra do Irã-Iraque. Ela casou com ele aos 21 anos, mas acabou se divorciando cerca de 3 anos depois.

Satrapi, em seguida, mudou-se para Estrasburgo, França. Atualmente ela é casada com Mattias Ripa, um sueco, e mora em Paris, onde trabalha como ilustradora e autora de livros infantis.

Seu trabalho mais recente, de 2010, é "Bordados". O livro fala sobre o ritual pós-almoço na casa da avó de Marjane: enquanto os homens iam fazer a sesta, as mulheres lavavam a louça. Logo depois começava uma sessão cujo acesso só era permitido a elas - o "bordado", que nos é narrado com o humor cortante característico da autora. As mulheres de Marjane buscam a emancipação sexual, mesmo que secretamente, revelando um feminismo mordaz.
Em 2011 dirigiu Frango com ameixas, em parceria com Vincent Paronnaud, também diretor de Persépolis. O filme fala sobre um violinista que perde a vontade de viver depois que seu violino preferido quebra, sem conseguir o repôr devidamente.

Satrapi também é responsável pela arte do álbum Préliminaires do roqueiro Iggy Pop."


Que muitas outras mulheres incríveis retirem suas burcas, seus véus, seus aventais e que quebrem as correntes que nos prendem, porque juntas somos mais fortes.


Ótimo filme!

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