Com a retorno das quedas da água do céu da Paraíba, pus-me a pensar nas mulheres sertanejas.
Elas que ficam, enquanto eles vão às terras do Sul e Sudeste deste país, retirantes em busca da pseudo-sobrevivência.
Elas que carregam as latas na cabeça e a educação doméstica das filhas e dos filhos.
Elas que sentem fortemente a violência patriarcal que a reproduzem às vezes submissamente.
Elas que foram seduzidas ou estupradas pelos colonizadores europeus.
Elas que também se rebelam, em minoria, e transformam a dor em força.
A elas dedico essa bela composição de Vanessa da Mata e Chico César.
A força que nunca seca.
( Vanessa da Mata e Chico César)
Já se pode ver ao longe
A senhora com a lata na cabeça
Equilibrando a lata vesga
Mais do que o corpo dita
Que faz o equilibrio cego
A lata não mostra
O corpo que entorta
Pra lata ficar reta
Pra cada braço uma força
De força não geme uma nota
A lata só cerca não leva
A água na estrada morta
E a força nunca seca
Pra água que é tão pouca
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