viernes, 26 de abril de 2013

Às mulheres sertanejas.

Com a retorno das quedas da água do céu da Paraíba, pus-me a pensar nas mulheres sertanejas. 
Elas que ficam, enquanto eles vão às terras do Sul e Sudeste deste país, retirantes em busca da pseudo-sobrevivência.
Elas que carregam as latas na cabeça e a educação doméstica das filhas e dos filhos. 
Elas que sentem fortemente a violência patriarcal que a reproduzem às vezes submissamente.
Elas que foram seduzidas ou estupradas pelos colonizadores europeus.
Elas que também se rebelam, em minoria, e transformam a dor em força.

A elas dedico essa bela composição de Vanessa da Mata e Chico César.


A força que nunca seca.
( Vanessa da Mata e Chico César)


Já se pode ver ao longe 

A senhora com a lata na cabeça
Equilibrando a lata vesga 
Mais do que o corpo dita 
Que faz o equilibrio cego 
A lata não mostra 
O corpo que entorta 
Pra lata ficar reta

Pra cada braço uma força 
De força não geme uma nota
A lata só cerca não leva 
A água na estrada morta 
E a força nunca seca 
Pra água que é tão pouca



Segue ainda o link com a interpretação de Vanessa da Mata e de Chico César:  http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=lq2X7_vQ_iU#!

No hay comentarios.:

Publicar un comentario