A poetisa registrou nos seus rascunhos: Está liberado o carpe-diem! Enquanto a liberdade não chega. Por Ângela Pereira.
Etiquetas
- Poesias... (166)
- Citações... (91)
- Música... (48)
- Pensamentos... (36)
- Crônicas... (32)
- Poesias feministas... (19)
- Cartas. Luta... (13)
- Economia Política- Trabalhos (11)
- Homenagens... (11)
- Filmes e documentários. (8)
- Notas (7)
- Prosas poéticas... (7)
- Frases... (6)
- Literatura - Comentários e citações... (5)
- Contos... (4)
- Ensaios... (4)
- Vídeos (4)
- Astrologia... (3)
- Crônicas.... (3)
- Lembrete... (3)
- Artigo (2)
- Haikais... (2)
- Livros... (2)
- Mestrado- Serviço Social (2)
- Resenhas (2)
- Teatro (2)
- Meus riscos... (1)
- Negritude... (1)
- Saúde (1)
- Tirinhas... (1)
domingo, 22 de noviembre de 2009
Negra|o, te libertaram?
Prenderam nosso sorriso branco em uma gaiola
Riscaram nossa carne com brasa
Achando-se superiores
Assinaram a lei Áurea
Querendo diminuir o peso da culpa histórica
Mas não passou de mera oratória
E assim se faz a história.
Com navios negreiros
Com chicotadas violentas
Com famílias desfeitas
Com sonhos apagados
Com corpos tombados
Rejeitaram nossa linda cor
Como se fosse anormal
Nos puseram alcunhas
Num desrespeito total
Nos fizeram substituir o cabelo crespo
Por outro artificial
Mas Zumbi ensinou
E a história marcou
Com a força de Dandara
Muita luta travou
É tempo de fincar pé
Lembrar as opulências
Do inimigo carrasco
Mas de cabeça erguida
Permanecer na resistência
Aclamando a liberdade
É tempo de fincar pé
E a essa luta juntar
Mais que identidade negra
Já que a força negra
Também é proletária
É tempo de fincar pé
Gritar em alto tom:
Sou negro sim!
E carrego comigo o grito da liberdade
Sou negra sim!
Quero a verdadeira liberdade
Que somente a revolução proletária trará.
Ângela Pereira.
20 de novembro de 2009.
Aeroporto de Brasilia, rumo ao Curso de Economia Política e Desenvolvimento Agrário em Vitória-ES.
miércoles, 18 de noviembre de 2009
A prioridade é socialista e feminista!
E a cabeça dispersa em coisas menores...
Sempre existe alguém
Que lhe pede esmola na rua...
Sofre de amor insano...
E carrega o filho nas costas
Pra nos lembrar do rumo a seguir...
A prioridade é a revolução:
Socialista e feminista!
Ângela Pereira.
19 de novembro de 2009.
O beijo de Oxum...
Do beijo de Oxum...
Beleza da lua-noite
Barulho das águas doces...
Do negro corpo sentir o momento
Chamar Xangô sem brigar
Com Oyá e Obá
Espaço para todas há
Do negro corpo que ansia liberdade
Quero carícias
Leveza solitária...
Beleza libertária...
Do negro corpo que rompe o silêncio
Com sussurros
Quero o momento...
De revê-lo por dentro...
Despindo as vestes de Oxum
E compartilhando o prazer que a natureza ofertar...
Ângela Pereira.
18 de novembro de 2009.
domingo, 15 de noviembre de 2009
Há vida após a morte!
À Patricia
Em cada minuto da vida,
Somos convidadas a aprender com ela,
Ousando, desafiando a nós mesmas
E aos outros...
Em cada minuto da vida,
Somos convocadas a ser solidárias
A dor das outras...
Em cada minuto da vida,
É sempre bom lembrar:
O protótipo de vida que morre
Traz a vida de quem fica!
O sangue que escorre
Afirma a direito a nossa própria vida!
Ângela Pereira.
15 de novembro de 2009.
sábado, 14 de noviembre de 2009
Quando o NÃO se transforma em SIM.
Não veja isso como de todo ruim...
Um NÃO pode um ser um SIM de outro
Pode ser o seu próprio SIM
Um NÃO de si
É o SIM do outro
O NÃO-amor do outro
Precisa ser o SIM-amor-próprio
O NÃO do outro é o permitir-se SIM!
O nosso NÃO precisa ser o SIM do outro.
Entre SIM’s e NÃO’s dos outros
Dizemos SIM E NÃO a nós mesmos
Mesmo que às vezes pareça NÃO sentido...
Mesmo que o seu SIM chame mais que o NÃO do outro...
A vida continua no SIM e NÃO!
NÃO E SIM!
14 de novembro de 2009.
Carpe Diem...
"Carpe Diem" quer dizer "colha o dia". Colha o dia como se fosse um fruto maduro que amanhã estará podre. A vida não pode ser economizada para amanhã. Acontece sempre no presente.
Rubens Alves
Das experiências...
Chão, pó, poeira...
Chão, pó, poeira
Pé na estrada
Sol na moleira
Chuva danada
Já tive medo, oi
Mãe, "ói" que manhã
Mato ai que mato
Mato oi que mato
Faca facão
Corta espinho
Mão calejada
Rompe caminho
Eh, saco de poeira
Imbalança, imbalança, imbalança, imbalança
(Gonzaguinha)
Perde a chance de viver aquele que não se joga às experiências. Fechar-se em si mesmo por medo, insegurança ou timidez é deixar perder a vida a cada décimo de minuto.
Mesmo que os espíritas estejam certos e que exista sim vida após a morte para realizarmos as pendências que deixamos, não podemos deixar de vivenciar mais essa vida que temos.
Carpe diem! Carpe diem! Carpe diem!
Se jogar na vida!
Enaltecendo os bons momentos e aprendendo com os ruins... prazerando-se sorrindo... gritando...chorando...angustiando-se...dançando...poetizando...
cantando...amando...
Com os passos da vida aprendi que a melhor forma de viver é andar com os próprios passos, fazendo escolhas às vezes acertadas, outras vezes equivocadas.
Como não existe receita pronta... A escolha é se permitir!
Escrevendo a própria história, mesmo com rasuras...
Ângela Pereira.
jueves, 12 de noviembre de 2009
Sem Mandamentos
De rostos serenos, de palavras soltas
Eu quero a rua toda parecendo louca
Com gente gritando e se abraçando ao sol
Hoje eu quero ver a bola da criança livre
Quero ver os sonhos todos nas janelas
Quero ver vocês andando por aí
Hoje eu vou pedir desculpas pelo que eu não disse
Eu até desculpo o que você falou
Eu quero ver meu coração no seu sorriso
E no olho da tarde a primeira luz
Hoje eu quero que os boêmios gritem bem mais alto
Eu quero um carnaval no engarrafamento
E que dez mil estrelas vão riscando o céu
Buscando a sua casa no amanhecer
Hoje eu vou fazer barulho pela madrugada
Rasgar a noite escura como um lampião
Eu vou fazer seresta na sua calçada
Eu vou fazer misérias no seu coração
Hoje eu quero que os poetas dancem pela rua
Pra escrever a música sem pretensão
Eu quero que as buzinas toquem flauta-doce
E que triunfe a força da imaginação
lunes, 9 de noviembre de 2009
Mulher bomba!
“Como meu sangue nunca vai
Nunca vai, vai virar vinho
No final do mês
Se acende o pavio
Então...” ( O Rappa-Homem bomba)
Ante o incêndio do corpo
Se põe no espaço
Se atira do alto
Espera o regalo
Dos colos do paraíso
No outro lado
Enquanto desse lado
Escorre o vermelho
Na terra que sangra
O povo chora
A criança sem mãe
A mãe sem filho
O pai sem prumo
Enquanto desse lado
Não precisa ser bomba
Basta estar vivo
E ser alvo
Sujeito atado
A bomba do lado
O tiro acertado!
O povo chora
A criança sem mãe
A mãe sem filho
O pai sem prumo...
A vida sem rumo.Ângela Pereira.
10 de novembro de 2009.
À veia com carinho...
jueves, 5 de noviembre de 2009
Por que as mulheres choram? (Resposta ao texto “Choro de mulher”*)
As mulheres, queridas e queridos, não choram sem motivos!
Pelo contrário, elas...
Choram porque sofrem com o peso do mundo que carregam nas costas...
Choram porque muitas vezes são obrigadas a terem respostas para tudo diante de situações em que o restante do mundo não lhe dá respostas e não ajuda a solucionar.
Choram por “não puderem” ter prazer assim como os homens. “Prazer é pecado” e lhes cortam o clitóris! Escondem-lhes os rostos! Ditam comportamentos de “boas esposas”.
Choram por, na lida diária, terem Jornada Tripla (no trabalho, como mãe em casa e na sua vida afetiva social). A divisão sexual do trabalho dá a linha.
Choram porque se permitem ser posse de outro numa relação.
Choram pela submissão e pelas exigências de uma sociedade patriarcal.
Choram porque dói na pele o peso da mão que agride, do pênis que estupra, da faca que corta, do braço que enforca!
Choram porque a lei lhes diz que não tem posse sobre o próprio corpo e lhes nega o direito de decidir pelo aborto!
Choram porque camuflam o seu sofrimento com hipocrisia!
Mulher tem nome! Tem sexo! Tem direito de decidir!
Mulher é gente de carne e osso! Que merece respeito, sem resignação!
Mulher é especial, mas pra tomar o rumo da própria vida!
Mulher tem força, mas não isolada e não pela sua lágrima. Tem força pra mudar a situação de explorada e oprimida !
MULHER TAMBÉM SORRIR, PORQUE APESAR DE TUDO, SER MULHER VALE A PENA, DESDE QUE A SUA VIDA NÃO LHE CONDENE!
Ângela Pereira.
*OBS.: Faltou no “Choro de Mulher...” uma pessoa fundamental: a mulher consciente de sua condição no mundo! Não poderiam “o filho, o pai e Deus” entenderem o choro das mulheres realmente. Entendem o choro as mulheres que sofrem e sentem!
*Choro de Mulher...
Um menino perguntou à mãe:
- Mamã, porque choras? Ela respondeu:
- Porque sou mulher...
- Mas... não percebo...
A mãe se inclinou sobre ele, abraçou-o e disse:
- Meu amor, tu jamais irás entender! ...
Mais tarde o menino perguntou ao pai:
- Papá, por que mamã às vezes chora, sem motivo?
O homem respondeu:
- Todas as mulheres choram sem motivo....
Era tudo o que o pai era capaz de responder. O menino cresceu e se tornou um homem. E, de vez em quando, fazia a si mesmo a pergunta:
Por que será que as mulheres choram, sem ter motivo para isso?
Certo dia esse homem se ajoelhou e perguntou a Deus:
- Senhor, diz-me... Por que as mulheres choram com tanta facilidade?
E Deus lhe disse:
- Quando eu criei a mulher, tinha de fazer algo muito especial. Fiz seus ombros suficientemente fortes, capazes de suportar o peso do mundo inteiro... Porém suficientemente suaves para confortá-lo!
- Dei-lhe uma imensa força interior, para que pudesse suportar as dores da maternidade e também o desprezo que muitas vezes provém de seus próprios filhos!
- Dei-lhe a fortaleza que lhe permite continuar sempre a cuidar da sua família, sem se queixar, apesar das enfermidades e do cansaço, até mesmo quando outros entregam os pontos!
- Dei-lhe sensibilidade para amar seus filhos, em qualquer circunstância, mesmo quando esses filhos a magoem muito ... Essa sensibilidade permite-lhe afugentar qualquer tristeza, choro ou sofrimento da criança, e compartilhar as ansiedades, dúvidas e medos da adolescência! Porém, para que possa suportar tudo isso, Meu filho... Eu dei-lhe as lágrimas, que são exclusivamente suas, para usá-las quando precisar. Ao derramá-las, a mulher verte um pouquinho de dor e amor. Essas gotas de amor desvanecem no ar e salvam a humanidade!
O homem respondeu com um profundo suspiro...
- Agora eu compreendo melhor o sentimento de minha mãe, de minha irmã, de minha mulher... Obrigado, Meu Deus, por teres criado a mulher!
A todas as mulheres beijos
Anna
miércoles, 4 de noviembre de 2009
Venceste Carlos
Se a tarde caiu e não voltaste
Sem consciência do tempo...
Nem percebeste que a morte,
Não significara uma vitória.
Gélido, calado...
Pensavam tornarem-no inofensivo.
Eles são assim!
Só prestam para a repressão
Se continuarem vivos:
Mortos, ficam só, viram pó.
Ouvistes vós uma rememoração sequer;
Uma sequer, dos 40 anos de Fleury?
Nós, voltamos a Alameda
E sentimos o pulsar dos corações
Tangendo lágrimas sinceras
São sentimentos reunidos de várias gerações.
E lá distante, as crianças entram para a escola
E a professora, lembra o dia 4 com poesia!
Fala de Carlos como se fosse o pai,
O avô, um sábio, um santo, um guia...
Em outras partes: exaltados debates,
Trazem de volta o ser conquistador
O comandante da Ação usa a palavra
Na voz de um jovem admirador;
Gritos de viva irrompem das janelas
Venceste, Carlos, a causa do amor.
Em mil lugares teu nome aparece
Em preces, aulas, placas e poesias,
Na ponta longa da amável tristeza
Amarram-se os laços da alegria.
Num tempo estranho
Contamos a tua glória
Neste presente de pobre ideologia
Se em nossas veias teu ânimo corre
Em nossas mentes, vives na utopia.
Bahia, 3 de novembro de 2009
Ademar Bogo
martes, 3 de noviembre de 2009
(Me) deixo fluir...
Desejo
Que a ânsia não afaste
Não disfarce
Não enlace
A liberdade
A suposta liberdade
Que se desfaça o plano
E me deixe fluir...
Ângela Pereira.
03 de novembro de 2009.
Respiro!
Respiro (me) ...
Liberto (me)...
Suspiro nos passos...
Nos pulos...
Nos cantos...
Côcos de roda e pensamentos...
Transpiro uma forte essência!
Pela pele...
Pela cor...
Pelo suor trocado...
Pelos pés descalços...
Canso!
Viver de ilusões?! Não mais!!
A vida é sangue... é corpo... é queda... reerguimento
É real!
Então, pra que fingir ??!
Então, pra que deixar o tempo passar sem passar por ele?
Respiro!
Ângela Pereira.
Dançando côco de roda no FUMUCA-UFPB, 2008