viernes, 22 de agosto de 2014

Às/aos amigas/os escolhidas/os.

Mais uma provocação  para alimentar o dia.



(Na voz de Antônio Abjurama)



A ESCOLHA DE UM AMIGO

(Oscar Wilde)

Escolho meus amigos não pela pele


ou outro arquétipo qualquer,

mas pela pupila.

Tem que ter brilho questionador

e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito

nem os maus de hábitos.

Fico com aqueles que fazem de mim

louco e santo.

Deles não quero resposta, quero meu avesso.

Que me tragam dúvidas e angústias

e aguentem o que há de pior em mim.

Para isso, só sendo louco.

Quero-os santos, para que não duvidem

das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.

Escolho meus amigos pela cara lavada

e pela alma exposta.

Não quero só o ombro ou o colo,

quero também sua maior alegria.

Amigo que não ri junto não sabe sofrer junto.

Meus amigos são todos assim:

metade bobeira, metade seriedade.

Não quero risos previsíveis

nem choros piedosos.

Quero amigos sérios,

daqueles que fazem da realidade

sua fonte de aprendizagem,

mas lutam para que a fantasia não desapareça.

Não quero amigos adultos nem chatos.

Quero-os metade infância e outra metade velhice.

Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto

e velhos, para que nunca tenham pressa.

Tenho amigos para saber quem eu sou.

Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios,

crianças e velhos, nunca me esquecerei

de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.



Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde, ou simplesmente Oscar Wilde(Dublin16 de outubro de 1854 — Paris30 de novembro de 1900) foi um escritor irlandês.1 Depois de escrever de diferentes formas ao longo da década de 1880, ele se tornou um dos dramaturgos mais populares de Londres, em 1890. Hoje ele é lembrado por seus epigramas e peças, e as circunstâncias de sua prisão, que foi seguido por sua morte precoce. ( Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Oscar_Wilde)

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