Várias vezes me ponho a pensar sobre o sentido da vida... Já superei há tempos a concepção de que a vida seja um dom divino ou de que esta exista para a preservação da espécie humana.
O sentido da vida é o sentido que produzimos para ela e por ela. Ou seja, é histórico e material.
O sentido da vida humana é determinado por aqueles que determinam o caminhar da sociedade humana ao longo da história.
É claro que sem o fisiológico (óvulo e espermatozóide) a vida de um ser humano não é produzida. Mas é preciso enxergar a vida para além do biológico. Porque mesmo assim o encontro do óvulo e do espermatozóide pressupõe a existência de uma relação social/ sexual.
Vida é relação. A vida é produzida pelas relações entre as pessoas: relação com o mundo, com a natureza, com mulheres e homens, com seres vivos...
É relação social, em que, nessa sociedade, uns podem mais e outros menos. Em que uns possuem e desenvolvem certas habilidades em detrimento de outras.
É relação histórica, em que cada pessoa, vida humana ou não, tem participação, produz história, conta história.
O sentido que tenho produzido para a minha vida é um sentido coletivo. Que justifica os meus melhores desejos... É verdade, e não nego, que também às vezes ainda titubeio pelo sentido individualista que tem sido produzido pelo sistema capitalista. Quando acontece isso paro, respiro, reflito, admito a fraqueza, mas tomo o titubeio como aprendizado para a mudança e sigo em frente.
João Pessoa, 28 de março de 2010.