Tantos anos de filosofias castradoras
transformaram nossas mentes em caixinhas com fundo rasos... E os gerentes da
ordem socioeconômica capitalista adoram isso...
Com a divisão social e técnica do
trabalho, somos obrigados a nos encaixarmos em profissões, onde cada
profissional deve deter-se às competências e às habilidades técnicas que aquela
profissão determinou como sua.
Todo aquele que se propõe a
pensar, analisar e intervir no mundo a partir de outro conhecimento que não é aquele
restrito ao seu campo profissional é tido como um “estranho no ninho”. É podado
pelos outros que se sentem ameaçados por outra pessoa que conhece motes
daqueles que seriam teoricamente competência de determinada profissão.
Na saúde, então... Cada
profissional que trate de se agarrar ferrenhamente em determinada parte do
corpo de “seu paciente”, ou determinada competência...
Não gosto de ser limitada a
papéis e a funções, talvez por isso, tenha ao longo de minha graduação buscado
apaixonadamente em encontros nos corredores das universidades, nos encontros do
movimento estudantil e dos movimentos sociais, em vivências diversas de forma
geral aquilo que era podada no meu curso- Fisioterapia e que estrategicamente
não constava nos projetos políticos pedagógicos.
Segui buscando isso em outras
áreas de conhecimento que teoricamente não teriam nada a ver com a minha
profissão (Economia Política, Filosofia, Sociologia, História...) em
pós-graduações. Mas fiz isso por uma necessidade concreta, a de contribuir com
a transformação da realidade objetiva imposta pela ordem socioeconômica
vigente.
Antes me incomodava absurdamente
comentários como “Você parece pedagoga, psicológa ou assistente social”.
Hoje ainda me incomodo com
tentativas de enquadramento sobre o que penso, como analiso e intervenho na
realidade, mas os resultados concretos da minha intervenção nessa realidade
acalentam meu coração e minha mente por perceber que tudo tem valido muito à
pena.
A minha profissão é somente mais
um instrumento de intervenção na realidade. E materialização de minha
sobrevivência.
Podem me confundir com tantas e
outros profissionais, só não tentem me castrar...
A minha intervenção no mundo
ultrapassa caixinhas faz tempo.
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