sábado, 24 de noviembre de 2012

Meu amor.


Ela chegou sem avisar. Eu me esquivei, com certo medo. Antes o medo que a dor? Fui, me deixei ser acolhido. Aconchego inicial. Conforto momentâneo. Da receptividade encantadora à dureza da realidade. O desafio da convivência, dificuldades, impaciência, desencanto. Disse não, mas já não é mais possível. Me embriaga, me leva, me atormenta e não me deixa fugir. Quando eu titubear me amarra
r e me amarga, tira o doce da minha boca e me faz enojar com a necessidade dada, na cara. Não diz meias palavras. Me dá um tapa e diz: não vem?

Eu, quando firme, direi que te amo. Que a paixão não cessa, fraqueja na insegurança. Direi também que me move e que sem ti não sou e tu não és. O que somos?

Na convicção não serei derrubado, porque em ti, sou fortalecido. Mais que em um Deus que me fortalece! Mais que um Deus caso eu fosse. Tu, minha amada, sejas meu fôlego, meu sopro de vida e minha razão. Serei por ti o que fores para mim até o fim. No fim não há céu. Só há aqui. Aqui não se paga o que se faz. Mas é aqui que se faz. Faz-se e se acaba aqui. Minha linda, minha força. Minha luta, minha doce, às vezes, tão amarga. Amada, morrerei por ti se preciso for. Tão bela.

Por tantos cobiçada, querida, tentada, tocada e vivida. Minha irresistível e insustentavelmente necessária: revolução.



Claúdio Silva Filho.* 





* Militante da Consulta Popular.

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