domingo, 23 de marzo de 2014

Solitude + amor próprio = amor compartilhado em equilíbrio.

Deu vontade de compartilhar. Apenas substituiria a palavra solidão por solitude.




"Primeiro fique sozinho.
Primeiro comece a se divertir sozinho.
Primeiro amar a si mesmo.
Primeiro ser tão autenticamente feliz, que se ninguém vem, não importa; você está cheio, transbordando.
Se ninguém bate à sua porta, está tudo bem -
Você não está em falta.
Você não está esperando por alguém para vir e bater à porta.
Você está em casa.
Se alguém vier, bom, belo.
Se ninguém vier, também é bom e belo
Em seguida, você pode passar para um relacionamento.
Agora você se move como um mestre, não como um mendigo.
Agora você se move como um imperador, não como um mendigo.
E a pessoa que viveu em sua solidão será sempre atraídos para outra pessoa que também está vivendo sua solidão lindamente, porque o mesmo atrai o mesmo.
Quando dois mestres se encontram - mestres do seu ser, de sua solidão -felicidade não é apenas acrescentada: é multiplicada.
Torna-se uma tremendo fenômeno de celebração.
E eles não exploram um ao outro,, eles compartilham.
Eles não utilizam o outro.
Em vez disso, pelo contrário,
ambos tornam-se UM e
desfrutam da existência que os
rodeia."

************* OSHO *************





sábado, 8 de marzo de 2014

2014: Muitos 8 de março virão...

Apesar de estar afastada do ativismo da militância social, continuo muito inquieta com toda a conjuntura econômico-social e política por qual passamos e, realista, tendo a não florear a realidade. Muitos 8 de março virão: confusos, fetichizados e festejados por muitos/as, especialmente pelos donos de grandes empresas capitalistas e por homens e mulheres que reproduzem o discurso do capital. Virão como sinônimo de luta, também, mas ainda para poucas mulheres que entendem a conjuntura, sabem do conteúdo histórico-político desse dia para a atual condição das vidas das mulheres em todo o mundo.

Embora devamos reconhecer que as mulheres atuais diferem bastante daquelas com posturas recatadas e submissas das senhoritas e senhoras de outrora , tendo uma postura pró-ativa nas suas vidas, buscando sua autonomia emocional e material, os tempos são confusos e entorpecem  muita gente com discursos de que as mulheres já conquistaram espaços demais na sociedade e que têm poder sobre o próprio corpo. 

A entrada  das mulheres no mundo do trabalho não foi conquista das mulheres, embora se repita isso em alto e bom tom nos quatro cantos do mundo.  Num mundo em que a ganância  pelos lucros e pelo enriquecimento de poucos, as mulheres trabalhadoras foram empurradas para as fábricas e demais setores, posteriormente, pela necessidade de ampliação  e exploração da força de trabalho. Com uma força de trabalho barateada e com jornadas de trabalho desumanas, mulheres  foram introduzidas na produção sem contudo, lhe fosse retirada o papel central no processo de reprodução do capital. 
O capital passa a explorar a força de trabalho das mulheres nas fábricas e desresponsabiliza-se de investir na reprodução dessa força de trabalho, cabendo assim às mulheres o papel de cozinhar, lavar, cuidar dos filhos e de idosos e  parcela da reprodução biológica de mais trabalhadores e o lazer de homens com vidas subsumidas ao trabalho . 
A divisão sexual de trabalho  que antes  existia apenas no espaço privado ( domicílios) amplia-se para o espaço  público da produção. E a mulher acumula tarefas na produção e na reprodução do capital. 
É bem verdade, que as lutadoras sufragistas introduziram a mulher no mundo oficial da política tendo direito a votar e ser votadas. Bem sabemos, entretanto, que esse espaço é limitado pela expressão da sociedade atual. Como a base material da sociedade, continua expressa numa ideologia burguesa, patriarcal e conservadora, o que temos, no Brasil hoje, são bancadas cada vez mais conservadoras e reacionárias que tem tentado e, infelizmente, conseguido retroceder nos direitos das mulheres conquistados com tanto ardor. Então hoje, questiono-me , nessa conjuntura, até que ponto vale disputar a construção de uma reforma política para ampliar a participação das mulheres  no parlamento enquanto a consciência,determinada por essa base material, de trabalhadoras e trabalhadoras (comprada ou  não) tem elegido homens como Marco Feliciano, Kátia Abreu e similares. 
Seguindo...Concorda-se que as mulheres hoje estão em grande números nas escolas e centros de formação universitários e que hoje ser cantora não lhe dá necessariamente o atributo de prostituta. Mas que muitas prostitutas também já não recebem o atributo como tal, já que a prostituição velada acontece muitas vezes dentro das próprias relações monogâmicas em que o casamento confere aquisição do contrato matrimonial, o controle sobre o corpo da mulher como propriedade. 
Controle esse ainda mantido pela  religião que abomina e sataniza as mulheres que abortam mesmo em caso de estupros degradantes de almas femininas . Controle da mídia burguesa que veicula imagens de corpos femininos para serem vendidos às mentes masculinas e femininas como dignas de serem consumidas, juntamente com os carros e motos, com as cervejas e mais uma gama sem número de produtos. 
Controle pelos pangadões  musicais que   reduzem às mulheres  a objetos sexuais . Inclusive aqueles cantados por mulheres que se acham poderosas quando na verdade estão a jogar água no moinho da opressão e confundem  tantas  outras mentes, reduzindo o poder das mulheres ao poder do pussy. Popozudas iludidas seguem criando conflitos entre mulheres da mesma classe trabalhadora, sob o hit " Beijinho no ombro", enquanto deveríamos estar nos unindo, TODAS, contra as opressões racistas, homofóbicas, patriarcais e capitalistas. 
Não menos alarmante, a violência de gênero segue sendo uma das expressões maiores da questão social e da ideologia machista na vida das mulheres. Os estupros coletivos borbulham no oriente médio  e no ocidente "civilizado" a exemplo do Caso de Queimadas ( Paraíba) e New Hit ( Bahia). Casos que chocaram a sociedade, todavia, não tiveram resoluções exemplares que precisam ter.

 Seguiria, listando, as inúmeras  situações que expressam a condição das mulheres nos dias atuais, mas essas linhas já apresentam alguns dos dilemas centrais.
 São as pistas de que precisaremos ainda de muitos 8 de março para , numa perspectiva revolucionária, suplantar um modelo de sociedade que tira a liberdade  de trabalhadores, mas sobretudo das mulheres trabalhadoras. 

 Por isso, seguiremos em luta até que todas sejamos livres!

 Ângela Pereira.

O Inferno astral, trinta e um anos e as jabuticabas.

Depois de um fase em que Saturno rodopiou loucamente destruindo os nós mal amarrados, levantando a poeira daquilo que não faz mais sentido e  apontando o que ainda precisa ser feito, chegou o momento do temido "Inferno Astral". (Uma ressalva: Saturno, em seu retorno, ainda está bem agitado, mas um pouco menos...)

Muita gente confunde  esse termo da astrologia , fazendo referência a uma pessoa de cujo signo é um carma na vida dela. Porém numa rápida pesquisa sobre assuntos correlatos, encontrei o significado astrológico do tal "inferno astral". 
Esse período corresponde ao 30 dias anteriores ao dia do aniversário. Nele  as pessoas ficam mais introspectivas , interiorizando processos, avaliando situações, avanços e retrocessos do ano que passou. Há uma queda de energia, que segundo o site Terra ( www.terra.com.br) corresponde ao momento em que "o Sol, durante o ano astral ( ano marcado do dia do nosso aniversário até um dia antes do mesmo ano seguinte), começa a caminhar através da última casa do nosso mapa astral", no meu caso no signo de Peixes ( 27/02. a 29/03). "Esse lugar representa nosso inconsciente, as energias que não conseguimos definir e por esta energia ser, de fato, tão confusa, acabamos atraindo situações, pessoas e acontecimentos que esbarram nessa mesma energia. É uma fase em que podemos ficar doentes, sofrer perdas e passar por situações confusas."

Outro site (www.zastros.com.br) ressalva " não significa uma fase de azar, mas sim um momento de reflexão e avaliação para o início de um novo ciclo. Os que estiverem passando por esse momento podem relaxar e se preparar para comemorar e viver as novidades."

Verdade ou não, ando bastante reflexiva  e com um cansaço  quase que inexplicável, não fosse as horas com olhos atentos, pensamentos a mil  e mãos doloridas de escrever no computador laudas de uma dissertação de mestrado. 

Nessas condições, dei de cara hoje com um texto de um autor de que gosto muito e , junto com os seus sabiás do livro " Carta aos adolescentes e a seus pais", outrora tivera e ainda tem uma importância muito grande na minha vida. 
Hoje me saltou aos olhos (cansados) o texto a seguir que compartilharei com os leitores desse despretensioso blog. 

"O tempo e as jabuticabas.
Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora. Sinto-me como aquela menina que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ela chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte. Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos. Não participarei de conferências que estabelecem prazos fixos para reverter a miséria do mundo.Não quero que me convidem para eventos de um fim de semana com a proposta de abalar o milênio. Já não tenho tempo para reuniões intermináveis para discutir estatutos, normas, procedimentos e regimentos internos. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que, apesar da idade cronológica, são imaturos. Não quero ver os ponteiros do relógio avançando em reuniões de “confrontação”, onde “tiramos fatos a limpo”. Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral. Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou: “as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos“. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa…
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, defende a dignidade dos marginalizados, e deseja tão somente andar ao lado de Deus. Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes, nunca será perda de tempo.
O essencial faz a vida valer a pena."
Rubem Alves

É bem assim que me sinto atualmente. O tempo está passando e, eu, preferindo saborear as jabuticabas que somente alegram o meu paladar. 

Ângela Pereira.